Uma carta para você.

Sei que ela nunca chegará as suas mãos. Tá, pode ser que chegue. Mas por enquanto não chegará. Lembra quando tudo começou? Talvez não. Nem deve lembrar de quando acabou. Mas eu lembro de tudo, do início ao fim. Infelizmente lembro. Era uma noite como todas qualquer, até você se declarar. Como você sempre dizia, meus olhos estavam brilhando. E se eu chorasse iria ser de felicidade. Eu não sei explicar o que aconteceu, e ainda não sei o porque que aconteceu. Levamos dois anos muitos felizes e cheios de obstáculos, mas estávamos juntos. E quando juntos nós éramos fortes, invencíveis. Nossa cumplicidade era linda, nos completávamos, literalmente. Seus passos eram os meus passos, tudo que te pertencia, pertencia a mim também. O jeito que nos trátamos era lindo e isso me deixava feliz, me preenchia. Quando nossa história começou vi que a frase 'de tanto ódio, nasce um amor' era verdade. Passei acreditar no destino. No destino que nós dois fizemos. Te via sorrindo a quilômetros de distância e já entendia o que queria dizer aquele sorriso. Me perdia no teu abraço e ficava perdida com você ao meu lado. Eu antigamente achava 'amor' coisa de fracos. Achava que chorar por um amor perdido era coisa de derrotado, ainda acho é claro. Mas é inevitável. Fomos superando todas as barreiras, todos os problemas e no final das contas sempre ficávamos juntos. Sorrindo alegremente. Brincando. E todas as lembranças eu guardava em minha memória. E toda vez que eu queria me expressar te escrevia uma carta. Essa será a única que não chegará em suas mãos. Pelo menos por enquanto. E então eu chegava em momentos achando que nossa história iria virar cinema. Fora de cogitação, né mesmo. Mas eu vivia sonhando. Sonhando, sonhando e sonhando. Acho que nem preciso falar mais nada né? Você deve saber. O final se aproximou, as lágrimas caíram, a decepção aconteceu. Eu me tranquei no meu mundo, desapareci da sua vida como você desapareceu da minha. E chega de você!